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A Via crusis do diagnóstico

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A Via crusis do diagnósticoO diagnóstico de uma doença reumática pode ser extremamente difícil, com média de aproximadamente 8 anos no Mundo. 

A Via crusis do diagnóstico

A Via crusis do diagnóstico: Por volta do mês de setembro de 2018 eu comecei a sentir um incômodo de forma mais acentuada nos joelhos, procurei um ortopedista, realizei uma ressonância dos joelhos e fui diagnosticada com candropatia patelar leve nos dois joelhos, iniciei as sessões de fisioterapia e minha situação começou a piorar.

Até então eu sempre sentia alguns incômodos nos joelhos, mas nada que me atrapalhasse de caminhar. Pois bem, na fisioterapia comecei a usar uma bandagem, indicada pela fisioterapeuta, esse utensílio mais parecia uma sessão de tortura para mim, comecei a sentir muitas dores e não apenas nos joelhos, mas também nos tornozelos. Retornei ao ortopedista e ele, após ver os resultados dos meus exames, me encaminhou para uma reumatologista, pois eu já estava bastante inchada, sentia muita dor e o local do inchaço sempre se mantinha quente em relação ao restante do corpo.

Ao passar pela reumatologista ela de cara me disse que eu não tinha nada reumatológico, que “provavelmente eu estava passando por algum problema em casa, mas não era nada grave”.

Retornei para o ortopedista e ele me aconselhou a buscar tratamento em outra cidade, visto que na minha não havia encontrado e por ser reumatológico ele não poderia mais continuar me acompanhando.

A essa altura eu já sentia dor o tempo todo, meus tornozelos, joelhos e punho direito estavam bastante inchados e eu estava com dificuldades para pentear o próprio cabelo, vestir roupa e caminhar, já havia ido ao pronto socorro várias vezes, já tinha tomado um monte de medicação e nada aliviava.

Busquei respostas em outra cidade (Feira de Santana), de cara passei por um ortopedista especialista em tornozelo e pé que antes mesmo do resultado da ressonância dos tornozelos me disse que eu tinha dois destinos “cama ou cadeira de rodas, pois já estava com deformação nos pés”.

Imaginem só o desespero que eu já estava, nesse período, por conta própria, comecei a usar Rivotril, pois já estava em estado depressivo.

Após fazer a ressonância dos tornozelos constatou-se que eu estava com todos os tendões dos pés inflamados, derrame articular nos dois tornozelos, bursite retrocalcanea e um tendão rompido.

Novamente o médico afirmou que meu caso era grave e sem muita perspectiva de melhora e então me encaminhou a um angiologista, pois segundo ele, poderia ser trombose ou leucemia.

Ao passar pelo angiologista descobrimos que não era trombose nem leucemia, contudo minhas veias do joelho para o calcanhar estavam fazendo o serviço das veias do joelho para a virilha, ou seja, era como se eu estivesse andando de cabeça para baixo.

Foi então que procurei um reumatologista, por indicação do angiologista e ortopedista. Costumo dizer que foi nesse momento que Deus me presenteou com um profissional excelente e um ser humano incrível.

Mostrei todos os exames de laboratório e imagem que tinha, fiz outros exames e em fevereiro de 2019 fechamos o diagnóstico de Espondilite anquilosante com HLAB27 detectado, neste momento fiquei aliviada, pois enfim tinha um diagnóstico, e ao mesmo tempo angustiada, pois se tratava de uma doença autoimune, reumática e aos olhos da medicina sem cura. Iniciei o uso do prednisona/prednisolona, metotrexato, ácido fólico e osteofix D, em cerca de dois meses comecei a perceber a melhora em relação aos inchaços, mudei meu estilo de vida, passei a fazer caminhada, fiz fisioterapia por cerca de 7 meses, retirei leite de gado da minha alimentação, reduzi o consumo de lactose e glúten, inseri mais frutas, legumes e água, regulei meus horários de dormir e comecei a trabalhar o meu psicológico de forma a entender que precisava me olhar com mais afeto.

Durante esse período (1 ano e 10 meses) que venho tomando a medicação não tem sido fácil, sobretudo porque o metotrexato causa muitos efeitos colaterais. Cheguei a solicitar auxílio doença junto ao INSS, pois não conseguia trabalhar devido as dores, meu pedido foi deferido e eu fiquei 1 ano recebendo o benefício.

No entanto, Deus é bondoso demais, tive a oportunidade de conhecer um profissional incrível, bem como com a mudança do estilo de vida e alimentação e ontem, após mostrar os exames e fazer a consulta com o reumatologista pude ouvir as mais desejadas palavras: “no momento estou sem sinais de atividade da doença”, tive uma melhora significativa ao longo do tratamento, hoje não sinto mais dores, exceto quando excedo muito ficando muito tempo em pé ou na mesma posição, não tenho mais inchaços e consigo praticar atividades físicas sem incômodo. Inclusive já retornei ao trabalho, sou licenciada em Letras, antes trabalhava como professora de Língua portuguesa, literatura brasileira e redação, no momento, estou como assessora administrativa.

Sei o quanto é difícil conviver com a Espondilite anquilosante, hoje pode parecer que não tenho nada, mas só Deus, eu e as pessoas que se mantiveram ao meu lado (as quais sou extremamente grata) sabemos o quanto foi dolorosa a minha situação. Em muitos momentos eu pensei em desistir do tratamento, em não fazer mais nada, chorei inúmeras vezes de dor e desespero, cheguei a achar que a vida não tinha mais sentido, no entanto, Deus nos mostra que o tempo dele é melhor que o nosso e que para Ele NADA É IMPOSSIVEL.

Por isso, quero deixar esse depoimento para você que está sofrendo com os sintomas dessa doença (que me fez rever a minha vida), acredite que é possível sim melhorar, é possível adormecer a doença e até chegar a remissão (que é o meu objetivo), mas para isso precisamos fazer também a nossa parte, é preciso um olhar mais atento e atencioso as nossas necessidades.

Aprendi com a EA que preciso respeitar meu corpo, meu tempo e limites, que preciso me olhar com afeto e fazer a minha parte. Não é fácil tomar tanta medicação, mas é como sempre digo, ruim com elas, pior sem elas.

Ainda estou em uso do metotrexato, prednisona/prednisolona, ácido fólico e a partir de agora Adderacal, até porque ainda é tudo muito recente. Contudo estou confiante de quê dias melhores virão.

Desejo a vocês um olhar mais afetuoso e os votos de que possamos alcançar a remissão, que possamos entender que nada acontece em vão e que para Deus tudo é possível.

Que Deus abençoe a cada um de vocês!

Gratidão a Deus por tudo!

E contem comigo para o que precisar! 🙏🏽😘

Pâmella Freitas

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