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Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Febre Chikungunya

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 Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Febre Chikungunya – SBR anuncia o I Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Febre Chikungunya.

Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Febre Chikungunya

Está em elaboração no âmbito da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), um consenso relativo à Febre Chikungunya da SBR com o objetivo de orientar, sobretudo, os médicos da atenção básica sobre como diagnosticar e tratar corretamente a doença quando ela ainda está em sua janela de oportunidade (período de aproximadamente duas semanas em que os tratamentos têm maior possibilidade de trazerem a cura para os pacientes).

“Analisamos mais de 150 estudos publicados em diversas partes do mundo, cruzamos esses dados e aliamos a isso à experiência clínica individual adquirida durante a epidemia do início deste ano, para criar um documento que contribua para a capacitação dos médicos, especialistas ou não, no tratamento da epidemia, que tem como principal e mais grave sintoma a dor articular incapacitante”, explica a dra. Claudia Marques, que coordena a elaboração do documento, em que estão envolvidos 32 especialistas da SBR e atuantes em hospitais universitários de referência no país, que contemplam ambulatórios de Chikungunya.

Entre os profissionais estão também fisioterapeutas, além de clínicos gerais, infectologistas, representantes da gestão em saúde pública e pacientes que já apresentaram a doença. Essa tem sido uma prática em outros consensos internacionais, visando gerar uma recomendação abrangente e factível.

“Contribuir para a capacitação dos médicos da atenção primária no atendimento do paciente crônico trará um benefício imenso à população que sofrerá menos com as dores causadas pela infecção e, por conseguinte, reduziremos os níveis de absenteísmo, afastamento no trabalho e gastos de saúde pública,” afirma Claudia Marques.

As queixas articulares dos pacientes com Febre Chikungunya acometem sobretudo mãos, punhos, tornozelos e pés. Outros sinais e sintomas descritos são: mialgia (60­93%), cefaléia (40­81%), dores axiais, exantema macular/maculopapular (33,6 a 50%), com ou sem prurido cutâneo, edema de face e extremidades e poliadenopatia. Manifestações clínicas mais raras (menos de 30% dos casos) têm sido documentadas na fase aguda, como: meningoencefalite, vômitos, insuficiência renal e respiratória. Apresentações atípicas ocorrem especialmente em crianças, idosos e portadores de comorbidades crônicas preexistentes.

Na fase subaguda, os sintomas articulares são os mais prevalentes e ocorrem em 50% dos pacientes infectados pelo Chikungunya. Caracteriza-se pela persistência da artralgia/artrite, bursite, tenossinovite, associado a rigidez matinal e astenia, com evolução contínua ou intermitente.

“A prevalência de manifestações articulares crônicas após a infecção pelo vírus Chikungunya varia de 14,4 a 87,2%, sendo a magnitude das diferenças na prevalência atribuídas aos diferentes perfis populacionais e períodos de segmento”, ressalta a reumatologista.

Por iniciativa de médicos da SBR iniciou-se a coorte CHIKBRASIL, em abril de 2016, inicialmente em quatro Estados do Nordeste do país (Ceará, Pernambuco, Paraíba e Sergipe). Até o presente momento foram incluídos 431 pacientes, com tempo médio de doença de 13,92 (±10,506) semanas, tendo sido observada uma frequência maior da forma poliarticular (80,5%); artralgia foi a queixa mais prevalente, acometendo 100% dos casos; edema articular em 85,2% e rigidez pós repouso em 88,6%. A escala visual analógica (EVA) de dor média na inclusão foi 7,033 (±3,203), sendo notável o comprometimento da coluna cervical (52,9%) e lombar (43,4%) (dados não publicados).

O consenso será entregue ao Ministério da Saúde e a  todas as sociedades regionais da SBR  no país, considerando presença em 25 Estados brasileiros. Os médicos também atuarão junto às secretarias de saúde estaduais para a distribuição e capilaridade das informações em todos os municípios do país, objetivando o alcance nacional de conscientização e orientação dos profissionais de saúde em relação a essa enfermidade. O acesso ao documento também será disponibilizado no site da SBR no endereço www.reumatologia.org.br e será publicado na Revista Brasileira de Reumatologia. A distribuição do consenso deverá ocorrer ainda em 2016.

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Mosquito transmissor

Critérios de diagnóstico MS

Critérios clínicos: início abrupto febre> 38,5°C e artralgia/artrite intensa de início agudo não explicada por outras condições médicas

Critérios epidemiológicos: indivíduo reside ou visitou área endêmica ou epidêmica no prazo de 15 dias antes do início de sintomas ou tem vínculo epidemiológico com caso confirmado

Critérios laboratoriais:

– isolamento do CHIKV por cultura

– presença de RNA do CHIKV avaliada RT-PCR

– presença de anticorpos IgM específicos para CHIKV

– aumento de quatro vezes nos valores de anticorpos IgG específicos para CHIKV em amostras recolhidas, pelo menos, com 10-14 dias de intervalo

– detecção de anticorpos neutralizantes contra CHIKV por PRNT em soro

Classificação

Caso suspeito: quando o paciente apresenta os critérios clínicos e epidemiológicos

Caso confirmado: quando um caso suspeito apresenta qualquer um dos critérios laboratoriais

Caso atípico: quando há confirmação laboratorial em paciente com outras manifestações

(neurológicas, cardíacas, dermatológicas, oftalmológicas, renais, respiratórias, etc…)

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde (MS) falam em 216 mil casos prováveis de febre Chikungunya no país, sendo 120 óbitos em decorrência da doença, neste contexto a Sociedade Brasileira de Reumatologia anuncia o I Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Febre Chikungunya, doença que pode causar dores articulares intensas e incapacitantes em sua fase aguda, podendo ainda evoluir para a forma crônica, caracterizada por artrite ou dor persistente por mais de três meses.

Estima-se que hoje, no Brasil mais de 20 milhões de pessoas, de todas as idades, tenham enfermidades que acometem o sistema músculo esquelético. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em 2016, aponta para os riscos que o aumento nos casos de Chikungunya no País trazem para a população. A infecção aguda pelo vírus Chikungunya (CHIKV) é sintomática em 80% a 97% dos pacientes, de acordo com os estudos avaliados. Os sintomas mais comuns são febre de início súbito e artralgia (dor articular) ou artrite (praticamente em 100% dos casos), comumente de padrão simétrico e poliarticular.

Estado de alerta

Para Georges Christopoulos, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), o cenário com relação à febre chikungunya não chega a ser de urgência, mas de alerta. Provavelmente teremos outro surto de novos casos no verão e não haverá especialistas suficientes para atender a todos. Por isso, entender como deve ser o tratamento é fundamental para os que fazem a atenção básica. “Estamos avaliando todos os trabalhos mundiais e experiências para apontar o tempo de duração da fase aguda. Já a fase crônica pode durar anos. O cenário de urgência deve acontecer no verão com a tendência de uma explosão de mosquitos por conta do calor”, afirma.

Segundo o presidente da SBR, “o surto que começou forte no início do ano deve voltar com toda a carga a partir do verão e se os médicos não tiverem conhecimento para manejar a dor dos pacientes, a população irá sofrer. Pode impactar casos de internação em idosos e crianças, pacientes com imunodeficiências e comorbidades, que tendem a ter maiores complicações”, diz.

Doentes reumáticos no Brasil

As doenças reumáticas já afetam 10% da população brasileira, com manifestações em pessoas de qualquer idade, alertam os especialistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Entre as mais frequentes estão osteoartrite, artrite reumatoide, osteoporose, fibromialgia, gota e lúpus.

Estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) apontam que a doença osteoartrite já atinge entre 25 a 30 milhões de brasileiros, a artrite reumatoide, doença que provoca inflamação nas juntas, acomete 1% da população, a osteoporose, mundialmente, afeta 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens acima da idade dos 50 desenvolvem a doença e a fibromialgia atinge 3% da população.

Existem mais de 120 doenças reumáticas catalogadas, que acometem o aparelho locomotor como ossos, articulações, músculos e cartilagens.

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