Espondiloartrite em mulheres, a controvérsia – Ao longo do tempo, com evolução nos exames e atualização dos protocolos de diagnóstico houve mudança de proporção.
Espondiloartrite em mulheres, a controvérsia
Espondiloartrite em mulheres, a controvérsia: 10 – 15 anos atrás, o conceito que se tinha é que a Espondilite Anquilosante (Espondiloartrite Axial) era muito mais comum em homens. A relação entre os sexos na EA era de 3 homens – 1 mulher.
Após o estabelecimento da ressonância magnética (RM) para auxiliar no diagnóstico da EA, passou-se a identificar um grupo de pacientes que estavam em um estágio anterior de inflamação da coluna e articulações sacroilíacas (articulação da bacia com a coluna) que não era possível de ser identificado apenas pelo raio-X (Rx).
Estas pacientes estavam em um estágio chamado pré-radiográfico (antes do Rx, visto apenas na RM). Ou seja, antes de desenvolver a EA e a famosa “coluna em bambu”, os pacientes costumam passar por um estágio inflamatório que pode entrar em remissão, caso tratado, e não evoluir para EA que seria a fase mais avançada da doença. ⠀⠀⠀
Quando utilizamos a RM, percebemos então que na verdade a cada homem com inflamação na coluna e sacroilíacas havia também uma mulher… Havia uma enorme quantidade de mulheres que tinham alterações apenas na RM e não tinham as clássicas alterações da EA no raio X.
A partir daí, podemos começar a perceber que nas MULHERES a doença comparta-se BEM diferente dos HOMENS. ⠀⠀⠀
A clássica dor lombar da EA que melhora com exercício e piora com o repouso (ao contrário da maior parte das dores de coluna) é menos frequente nas mulheres. Nelas, a doença pode começar com dor CERVICAL (pescoço) e TORÁCICA, sem dor lombar.
Outros sintomas possíveis da EA e o estágio pré-radiográfico em mulheres são dor pélvica, dor nos calcanhares e dor generalizada (corpo todo), podendo em alguns casos, confundir com a Fibromialgia.
A inflamação da região onde o tendão se fixa no osso (a êntese) também é mais frequente nelas. Sem contar que mulheres com EA e a inflamação pré-radiográfica têm mais doenças inflamatórias intestinais (Crohn e Retocolite) e psoríase associadas. ⠀⠀⠀
Mulheres também têm menos o marcador genético da EA – HLA-B27. Por último, elas podem responder menos que os homens ao tratamento com os biológicos mais utilizados na EA – os anti-TNFs. Todas estas diferenças podem levar ao RETARDO diagnóstico da EA.
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