Infiltração medicamentosa, você sabe o que é? – Segundo pesquisas recentes, as infiltrações são realizadas por 12% dos membros da Sociedade Britânica de Reumatologia e 90% dos ortopedistas da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos. No Brasil ainda não há um levantamento similar.
Infiltração medicamentosa, você sabe o que é?
As vantagens e riscos das infiltrações
Infiltração medicamentosa: Usada desde a metade do século passado, o anti-inflamatório esteróide intra-articular ou intra-lesional, popularmente conhecido como infiltração, é um dos procedimentos mais conhecidos da ortopedia, mas que ainda deixa muitas dúvidas para os pacientes. “Devido a seu grande efeito anti-inflamatório, os esteróides são usados em grande número de patologias ortopédicas”, explica o médico ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia, Vicente Carlos F. Macedo.
Segundo pesquisas recentes, as infiltrações são realizadas por 12% dos membros da Sociedade Britânica de Reumatologia e 90% dos ortopedistas da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos. No Brasil ainda não há um levantamento similar.
Infiltração medicamentosa: Muitos têm insegurança quanto à eficácia, efeitos colaterais e medicações a serem utilizadas. Segundo Dr. Vicente, a habilidade técnica do profissional é um ponto importante a ser considerado: “Existem formas solúveis, de ação mais curta, indicadas para processos agudos; formas insolúveis, de ação prolongada, para processos de longa duração e formas mistas. Cabe ao profissional avaliar qual o procedimento adequado”.
Benefícios e riscos da infiltração medicamentosa
Antigamente usavam-se agulhas maiores e o medicamento era aplicado fazendo um leque no tecido. Hoje em dia é feita a aplicação apenas no ponto inflamado definido previamente no exame físico do paciente, o que garante maior segurança. “Uma infiltração também pode ser usada como procedimento de diagnóstico, ajudando seu médico a identificar onde está a fonte de dor, nos casos em que exista dúvida”, explica Dr. Vicente.
Uma recente pesquisa cientifica publicada pela Revista Brasileira de Ortopedia, avaliou os riscos da infiltração. Os resultados foram esclarecedores. Além de mostrar que o procedimento é seguro, revelou como evitar efeitos colaterais. “Considerando-se todos os eventos adversos, existiu algum efeito colateral visível ou referido em 26 das 241 das infiltrações realizadas, correspondendo a um índice de 10,78%. Para tentar evitar complicações como despigmentação e atrofia de pele, achamos prudente efetuar injeção profunda nos locais com maior quantidade de tecido subcutâneo ou utilizar formas de corticóide mais solúveis, com menor volume, se o subcutâneo for mais escasso”, diz a publicação.
Apesar dos riscos dessas injeções serem pequenos, é bom lembrar que nenhuma intervenção médica está totalmente livre dos mesmos. Por isso, a infiltração é contra-indiciada em caso de suspeita de infecção, dores de cabeça e sangramento. “Alguns procedimentos podem ter seus riscos específicos, neste caso, o ideal é perguntar para seu médico sobre tais particularidades”, ressalta o especialista.
Perigo oculto
Dr. Vicente alerta a outra forma de uso dos corticóides, por via oral, pode ser muito mais perigosa. “Publicações recentes sobre anti-inflamatórios orais tem cada vez mais demonstrado efeitos colaterais e a ANVISA suspendeu recentemente vários do mercado. Portanto, devemos sempre estar alerta para possibilidade do uso da infiltração como arsenal terapêutico atual nas patologias ortopédicas”.
O médico conclui que “a infiltração usada concomitante com o reforço muscular – seja com o apoio de um bom fisioterapeuta ou mesmo na academia – gera muitos benefícios para o tratamento de diversas doenças ortopédicas”.
Dr. Vicente Carlos F. Macedo,
Médico ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia.
Infiltração medicamentosa com ácido hialurônico
Durante a evolução de uma doença reumática como a espondilite anquilosante ou qualquer outra doença reumática, em algum momento pode provocar uma perda de líquido sinovial, que lubrifica as articulações e absorve o choque. O líquido sinovial, naturalmente é produzido por nossas articulações tem função de lubrificar e nutrir o tecido cartilaginoso, responsável pela absorção e distribuição da carga gerada pelo nosso corpo e as atividades diárias, um importante componente desse líquido é chamado ácido hialurônico.
A viscosuplementação é o processo de injeção de ácido hialurônico na articulação afetada para ajudar a restaurar a lubrificação perdida causada pela doença articular degenerativa. Inicialmente, o procedimento foi utilizado no tratamento da osteoartrite do joelho. Mas, recentemente, tem mostrado resultados promissores no tratamento de osteoartrite do quadril.
Como é feita?
Com o auxilio de um ultrassom para garantir o posicionamento adequado da agulha, o ácido hialurônico, apresentado de forma espessa e viscosa, é injetado na articulação doente. O mais eficiente e seguro e que seja feito com a utilização do ultrassom guiado por um radiologista experiente, pois a colocação incorreta da agulha pode gerar muita dor e inchaço dos tecidos articulares.
Quais resultados podemos esperar?
Nas primeiras 48h apos a infusão, não se observa alivio imediato da dor. Muitas vezes, a dor pode se intensificar um pouco e, depois vai regredindo lentamente. Algumas pessoas, na verdade, podem levar várias semanas para sentir os efeitos do tratamento. Alem do efeito mecânico de redução da pressão entra as cartilagens lesionadas, estudos recentes mostraram que a viscossuplementação pode frear a progressão da doença por agir na cartilagem inflamada que leva a morte e destruição do tecido cartilaginoso.
Embora seja um procedimento relativamente novo no tratamento para a doença articular degenerativa do quadril, tem mostrado resultados muito positivos para alguns pacientes, especialmente aqueles com em estagio inicial da doença, com diminuição da dor, melhoria da mobilidade e retorno às suas atividades de vida diária.
Esse procedimento esta ligado a um baixo índice de complicações, com menos efeitos colaterais em comparação com outros tratamentos injetáveis como os tradicionais corticosteroides e pode ser uma boa opção para aqueles que não podem ou não querem ser submetidos a cirurgia ou não podem tomar medicamentos anti-inflamatórios. Apesar do alivio de sintomas, o procedimento não deve ser utilizado como forma única do tratamento da doença, mas sempre associado a fisioterapia, hidroterapia e reforço muscular e tratamento medicamentoso.
Fontes: Globo Esporte e www.saude.com.br
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