Jogador de futebol encerra carreira após Espondilite – Alessandro Milagres, Xodó de Felipão no Cruzeiro parou aos 28 anos.
Jogador de futebol encerra carreira após Espondilite
Jogador de futebol encerra carreira após Espondilite: Durante sua curta carreira como jogador profissional no Cruzeiro, Alessandro Milagres não chegou ao estrelato, mas trabalhou com nomes famosos como Felipão, Luxemburgo, Maicon, Luisão e Sorín. Após rodar por vários clubes menores, ele sofreu com uma doença misteriosa e pendurou as chuteiras com apenas 28 anos.
Desde então, o ex-meia resolveu se aventurar nos negócios e entrou em uma sociedade de três motéis na região metropolitana de São Paulo com seu pai e seu tio.
“O pessoal acha que é fácil, mas temos uns 30 funcionários em cada um dos motéis. É complicado administrar porque tem clientes que usam os quartos e ‘zeram’ o frigobar e depois não querem pagar”, explicou, ao ESPN.com.br.
Além dos motéis, Alê também faz faculdade e tem uma clínica odontológica. “A gente precisa investir em algumas coisas depois que para com o futebol. Eu consegui tocar a minha vida”, admitiu.
Do Juventus ao Cruzeiro
Alessandro Milagres começou no futsal antes de ir para a base do Juventus. Com apenas 16 anos, estreou na Série B do Brasileiro pelo time paulista contra o Fluminense no Maracanã. Pelo “Moleque Travesso”, o meia foi vice da Copa São Paulo de 2000.
“Eu saí no primeiro tempo da final depois de sofrer um pisão. Infelizmente perdemos de virada para o São Paulo”, disse.
No mesmo ano, Alê foi junto com seus colegas de Juventus (Luisão e Zé Roberto) ao sub-20 do Cruzeiro. Ele foi campeão de um torneio na Holanda depois de enfrentar times como Inter de Milão e Barcelona, no qual jogava Thiago Motta, seu ex-colega no Juventus.
Xodó de Felipão no Cruzeiro parou aos 28; hoje, fatura com motéis em SP
Durante sua curta carreira como jogador profissional no Cruzeiro, Alessandro Milagres não chegou ao estrelato, mas trabalhou com nomes famosos como Felipão, Luxemburgo, Maicon, Luisão e Sorín. Após rodar por vários clubes menores, ele sofreu com uma doença misteriosa e pendurou as chuteiras com apenas 28 anos.
Alê também serviu a seleção brasileira sub-20 em um torneio em Hong Kong. Com o destaque na base, o meia estreou entre os profissionais do time celeste na Copa do Campeões de 2000, em Alagoas. O torneio reunia os campeões regionais e dava uma vaga à Libertadores de 2001.
“Na primeira partida que joguei como titular fiz um belo gol no empate contra o Palmeiras [1 a 1]. Foi bem especial. O técnico deles era o Murtosa, que me viu jogando e gostou muito”.
Com a chegada de Murtosa e Felipão à Toca da Raposa pouco tempo depois, o meia virou xodó da dupla e permaneceu no elenco principal. No ano seguinte, ele jogou algumas partidas pela Copa Sul-Minas.
“Teve um jogo contra o Paraná que eu não tinha treinado como titular nenhuma vez, mas na preleção o Felipão falou: ‘Guri, tu vai sair jogando hoje. Quero ver se você é isso que o pessoal está falando mesmo'”, contou.
“Nosso ataque era Muller e Marcelo Ramos. Dava para jogar fácil, né? (risos) No primeiro tempo acabei com o jogo e no intervalo o Felipão me disse: ‘Você é o que o pessoal está falando mesmo, muito bom guri!’ Mas como estava sem ritmo, eu fiquei cansado e saí no meio do segundo tempo. A torcida começou a gritar ‘burro’ (risos)”, recordou.
Alê ficou mais um tempo na Toca da Raposa antes de Felipão mandá-lo ao Caxias para pegar mais rodagem.
“Ele falou: ‘Sei que você não queria sair, mas estou precisando de um favor. Eles são da minha cidade. Aqui está meu telefone, se precisar de algo. Minha família mora toda lá’. Eu fui para o Caxias e joguei bem. Vencemos um clássico contra o Juventude por 2 a 0 e eu acabei com o jogo. Precisei sair no 2º tempo porque levei uma solada e tomei quatro pontos. Não é fácil jogar lá”, contou.
Após o Estadual, o meia voltou ao Cruzeiro para jogar o Brasileiro de 2001 a pedido de Felipão, que logo em seguida foi para a seleção brasileira. O substituto, Paulo César Carpegiani, não teve boa passagem pela “Raposa” em uma equipe com nomes como Rincón e Edmundo.
“Ele gostava muito de mim e me deu chances, mas o time estava muito mal. Ele falava algo na preleção, mas depois tinham vários medalhões que mandavam a gente não fazer nada do que ele havia pedido (risos). Os caras o derrubaram lá”, garantiu.
Luxa, doença e aposentadoria
Nos tempos de Cruzeiro, Alê também viu nascer o time que venceu a tríplice coroa em 2003 (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro). Ele participou da pré-temporada com o técnico Vanderlei Luxemburgo.
“Consegui conviver um pouco com esse time maravilhoso. O Alex foi o melhor jogador que eu já vi, além de ser gente fina demais. Esse elenco não tinha tantos medalhões e todos corriam. O Luxemburgo fazia muitos churrascos na casa dele e falava: ‘Jogador meu tem que beber'”, contou.
Nesta época, porém, o meia passou a sofrer com uma doença misteriosa, Espondilite Anquilosante.
- Saiba mais sobre espondilite aqui
“Fiquei o ano 2003 praticamente todo parado. Eu tinha uma doença que ninguém sabia o que era. Eu sentia muitas dores e eles queriam me operar. Anos depois descobriram que era chamada espondilite anquilosante, uma espécie de reumatismo nos ossos”, contou.
Em 2004, Alê foi para o Juventude do técnico Ivo Wortmann em uma troca pelo atacante Adriano Chuva.
“Joguei com o Thiago Silva e o Naldo e fizemos um ótimo Brasileiro. Ficamos em sexto só jogando no contra-ataque (risos). Comentei com meu irmão que o Thiago era muito rápido e forte e que um dia ia ser capitão da seleção. Não deu outra”, relatou.
O meia ainda defendeu clubes como Guarani, Ituano, Botafogo-SP, Resende-RJ e São Bernardo-SP, pelo qual conquistou o acesso para a Série A1 do Paulista em 2010. Durante a Copa Paulista, do mesmo ano, porém, ele sofreu uma grave lesão.
“Eu jogava sempre com dores. Eu quebrei o braço em várias partes após uma dividida. Meu cotovelo ficou destruído e meu osso não colava por causa da doença. Eu fiz umas oito cirurgias”, afirmou.
Alê resolveu colocar um ponto final em sua carreira com apenas 28 anos, em 2010. Mesmo com os problemas físicos que enfrentou, o meia prefere pensar nos bons momentos que viveu.
“Hoje, me trato com injeções a cada 15 dias que são muito caras. Realizei um sonho de criança em ser jogador de futebol profissional em um grande clube. Isso foi especial”, finalizou.
Fonte: ESPN
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