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O poder da indiferença

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O poder da indiferença – Esse texto foi escrito por Rodrigo Buoro, paciente com espondilite anquilosante, é uma análise e reflexão sobre sua convivência com a doença. 

O poder da indiferença.

O poder da indiferença: Já ouviu ou leu a seguinte frase: “O que os olhos não veem o coração não sente?”, posso afirmar que nunca fez tanto sentido quanto atualmente, trazendo uma convicção plena de seu significado, assim como, uma amplitude de entendimento nas mais variadas contextualizações.

Partindo deste princípio, indago até que ponto a empatia se remete em seu significado literal, e quantas vezes nos decepcionamos, mas não com os outros e sim com nós mesmos, por achar que ações poderiam ser iguais a nossa ou seguiria de forma diferente da que foi demonstrada, mas não desmereço este aprendizado e sim ovaciono por mais uma elevação da compreensão.

Aos leitores, devem estar se perguntando “Mas aonde ele quer chegar?” e eu respondo: em nenhum lugar além de meus pensamentos, reflexões e aprendizado compartilhado.

Sofro de dor crônica há mais de 20 anos, passei por vários médicos, vários diagnósticos e tratamentos sem efetividade, e por ser uma dor sem aparência física, faço uma correlação com a frase inicial, “O que os olhos não veem o coração não sente”

Depois de inúmeras tentativas de tratamento frustradas e médicos relatando que a dor era psicológica, ou até mesmo insinuando que a passagem em pronto socorro era apenas para pegar atestado, consegui ser atendido por um profissional humanizado, com empatia e disposição para me ouvir e com a solicitação de vários exames, enfim veio o diagnostico “Espondilite Anquilosante”.

Após o diagnostico veio um alivio, enfim, não estou louco, não possuo dor psicológica e sim uma patologia, na qual se não for tratada, pode trazer questões incapacitantes, o que até me trouxe uma certa preocupação de como seria o tratamento e o desenvolver, mas só o fechamento clinico em si me tirou um peso imenso, mas, em relação ao sentimento de uma luta solitária contra esta dor ainda continua.

Por fim, repito “Aquilo que os outros não veem, não sentem”, ou seja, as pessoas que nos cercam continuam não entendendo ou sabendo o quão a dor é forte, continua e muitas vezes limitantes, mas como aprendizado, nunca se esqueça a dor é sua e não desista de entender e saber sua causa, pois cabe apenas a nos se cuidar e compreender nossos limites, pois nunca será notada ou compreendida pelo olhar dos outros pois como mencionado várias vezes o que os olhos não veem o coração não sente.

Nosso agradecimento à uma análise e reflexão muito válida à nossa convivência com uma condição crônica.

 

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