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Sacroileíte nem sempre é espondiloartrite

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Sacroileíte nem sempre é espondiloartrite – Sacroileíte é a inflamação ativa, ou lesões crônicas com aspecto típico pós inflamatório, localizadas nas articulações sacroilíacas

Sacroileíte nem sempre é espondiloartrite

Sacroileíte é a inflamação ativa, ou lesões crônicas com aspecto típico pós inflamatório, localizadas nas articulações sacroilíacas, que unem o final da coluna com o osso ilíaco da bacia. As sacroilíacas se situam profundamente nas nádegas.

A inflamação das sacroilíacas produz dor lombar ou nas nádegas, de caráter inflamatório. Os sintomas podem ser leves em casos iniciais, mas não é assintomática com o passar do tempo.

A sacroileíte é processo típico que ocorre em condições reumatológicas chamadas de Espondiloartrites. É um grupo de enfermidades que se caracterizam por achados comuns de sacroileíte, artrite periférica, entesites (inflamação de junção de tendões, ligamentos e fibrocartilagem ao osso), dactilite (dedo em “salsicha”), inflamação ocular, intestinal e psoríase, além de predisposição associada aos genes do HLA-B27.

As enfermidades que fazem parte do grupo das Espondiloartrites são a Espondilite Anquilosante, a Artrite Psoriásica, a Artrite Reativa, a Espondiloartrite relacionada às doenças inflamatórias intestinais e a Espondiloartrite Indiferenciada.

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Sacroileíte nem sempre é espondiloartrite

A sacroileíte inicial é detectada apenas com exame de ressonância nuclear magnética (RNM). Esse exame é muito sensível a pequenas alterações, é o único a detectar inflamação ativa propriamente dita. O raio X (RX) também pode demonstrar sacroileíte, porém apenas tardiamente, demonstrando lesões já bem estabelecidas. Lesões estruturais crônicas pós inflamatórias podem ser vistas em RNM e também no RX.

O termo “esclerose de sacroilíacas” é lesão crônica, altamente inespecífica.

A sacroileíte que ocorre em condições inflamatórias do grupo das Espondiloartrites foi melhor definida, em termos de exames de RNM, por grupos internacionais ASAS / OMERACT em 2009.

A problemática ocorre em que nem todo sinal de possível inflamação nas sacroilíacas visto em RNM é associado às Espondiloartrites. Há várias outras possibilidades:

  • Edema por sobrecarga: Indivíduos obesos, com desvios acentuados de coluna ou praticamentes de atividades de carga, podem apresentar sacroileíte, especialmente unilateral.
  • Artrose: alterações degenerativas das sacroilíacas podem ser acompanhadas de sinais muito discretos de edema, e serem confundidos com sacroileíte.
  • Infecção: especialmente bacteriana, por bactérias variáveis ou mesmo tuberculose, podem produzir sacroileíte.
  • Fraturas: pacientes mais idosos ou portadores de osteoporose podem apresentar fratura na sacroilíaca que produz aspecto inflamatório confundível com sacroileíte.
  • Tumores: lesões tumorais podem produzir aspecto inflamatório de sacroileíte.
  • Ileíte condensante: situação benigna de “esclerose bilateral” das sacroilíacas que ocorre em mulheres com gestações múltiplas, pode produzir alterações crônicas, com pouca inflamação, que podem ser confundidas com dano crônico visto na sacroileíte em RX ou RNM.
  • Reconversão de medula óssea: o tecido medular dos ossos, que produz as células vermelhas do sangue, é substituído parcialmente por gordura ao longo dos anos. Porém, em condições de aumento da necessidade de produção de sangue, esse tecido pode ser novamente recuperado. Esse fenômeno é chamado de reconversão medular, e pode gerar pequenos sinais isolados e heterogênos que, muito eventualmente, podem ser confundidos com sacroileíte por radiologista ou reumatologista com pouca “expertise”.

Portanto, a mensagem é que nem toda sacroileíte é por reumatismo. O paciente deve ser avaliado por reumatologista experiente para análise se há quadro clínico sintomático compatível e ter seu exame de imagem criteriosamente avaliado.

Fonte: Reumatologista Leandro Finotti

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