Transtornos Psiquiátrico em Pacientes com Espondiloartrites – Mayer, Vânia Maria. Transtornos psiquiátricos em pacientes com Espondiloartrites atendidos no Hospital Universitário/Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande/Mato Grosso do Sul – Brasil.
Transtornos Psiquiátrico em Pacientes com Espondiloartrites
Este estudo local apresenta dados surpreendente, 65,1% dos pacientes com espondilite anquilosante (EA) apresentou transtornos psiquiátricos (TP), sendo mais comum ansiedade e depressão, dentre outros grupo pesquisado das espondiloartrites, o grupo com Espondiloartrite Psoriásica foi a que, proporcionalmente, mais apresentou TP (91%).
INTRODUÇÃO: As Espondiloartrites (EpA) constituem um grupo heterogêneo de doenças que partilham características genéticas, clínicas e alterações estruturais aos exames de imagem, com repercussões emocionais, que afetam diferentes aspectos da vida social dos indivíduos.
OBJETIVO: Identificar a ocorrência de Transtornos Psiquiátricos (TP) em Pacientes com Espondiloartrites atendidos em Núcleo do Hospital Universitário de Campo Grande/MS.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal, não aleatório, constituído por 62 pacientes com Espondiloartrites, Diagnósticos de EpA e 140 Não EpA. Utilizou-se o instrumento de triagem para Transtornos Psiquiátricos, denominado Questionário de Morbidade Psiquiátrica em Adulto (QMPA) em todos os pacientes, sendo o ponto de corte de sete ou mais questões respondidas afirmativamente. Em seguida, esses pacientes foram avaliados clinicamente por um psiquiatra, de acordo com critérios do Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais da APA em IV Edição – Revisão (DSM IV-R). Realizaram-se estudos estatísticos para as diversas variáveis, como Correlação de Pearson para dados categóricos e Wilcoxon para numéricos.
RESULTADOS: O grupo de pacientes estudados (n=62) apresentou média de idade de 31,3 anos, sexo masculino predominante (74,2%), com baixa escolaridade 53,2%, renda familiar de 1 a 3 salários mínimos, sendo que 72,6% não tem vínculo empregatício. O tempo de evolução de Espondiloartrite, em média, foi de 5,4 anos. Tiveram o diagnóstico de Espondilite Anquilosante (n=43) pacientes (69,4% do total), sendo que 36(80,0%) eram do sexo masculino e 7(41,2%) do sexo feminino e, entre estes, 28 apresentaram TP (65,1%). A segunda maior frequência de forma clinica das EpA, foi a Espondiloartrite Psoriásica (n=12), sendo 7 do sexo feminino e 5 do sexo masculino e, destes, 11 apresentaram TP (91,7%). Em seguida verificaram-se as EpA Reativas (n=5), sendo 3(6,7%) do sexo masculino e 2(11,8%) do sexo feminino e, destes, 2(40,0%) apresentaram TP. Na sequência se apresentaram as EpA Indiferenciadas (n=1) do sexo feminino (5,9%) representando 100% de TP. Por último foram constatadas Doenças Inflamatórias Intestinais (n=1) do sexo masculino, representando 100% de TP. Proporcionalmente, entre as Espondiloartrites, os pacientes com Espondiloartrite Psoriásica foram os que mais apresentaram TP.
A média de pontos obtidas no Questionário de Morbidade Psiquiátrica em Adultos com Diagnósticos de EpA foi de 12,5 em 79% dos Diagnósticos de EpA. Enquanto que no grupo Não EpA 35% obtiveram média de 6,0 pontos. Apresentaram Depressão, ou Ansiedade/Depressão ou Ansiedade isoladamente 91,7% dos 62 pacientes. No grupo Não EpA o valor do QMPA positivo (≤ 7) é próximo dos valores dos que não apresentam patologias específicas, encontrados na população em geral.
Valores maiores do que 8 no QMPA confirmam associação entre Dor e TP com nexo causal ou concomitância. Em 64,5% dos pacientes com Espondiloartrite (n=62), foi diagnosticado algum tipo de TP, quando avaliados pelo psiquiatra, em discordância aos resultados obtidos pela aplicação do QMPA (79%), o que indica que este instrumento tem utilidade para triagem de estudo populacional e não para diagnóstico individual.
CONCLUSÕES: Nesta população a média de idade foi de 41 anos e maior prevalência das Espondiloartrites no sexo masculino (72,6%); apresentaram baixa escolaridade 53,2% dos pacientes e baixa renda familiar 66,0%. Destes pacientes, 31,3% apresentaram, em média, 5,4 anos de evolução de Espondiloartrite; dos pacientes com Diagnósticos de EpA, 79% apresentaram QMPA positivo. Já no grupo Não EpA, o QMPA foi positivo em apenas 35% dos indivíduos. O instrumento QMPA mostrou-se útil para triagem populacional e não para diagnóstico individual; Depressão e Depressão/Ansiedade foram os TP mais encontrados nestes pacientes e, com menor frequência a Ansiedade (isolada); entre os pacientes com Espondiloartrites, a Espondiloartrite Psoriásica foi a que, proporcionalmente, mais apresentou TP (91%).
Fonte: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
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