Estudo brasileiro sugere necessidade de tratamento individualizado – Análise comparativa da expressão clínica da Espondilite Anquilosante e espondilartrite axial não radiografia de acordo com sexo.
(Mariana Sinzker Santini, Deizi Fernanda Schwengber, Gláucio Ricardo Werner de Castro, Ivânio Alves Pereira Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil)
Estudo brasileiro sugere necessidade de tratamento individualizado
Introdução: As espondiloartrites (SpA) axiais incluem a espondilite anquilosante (EA) e a SpA axial não radiográfica, as quais compartilham associação genética com o HLA-B27 e sintomas clínicos comuns. Diferenças nas características clínicas e na gravidade da EA e SpA axial não radiográfica têm sido notadas entre homens e mulheres, sugerem uma influência do sexo no fenótipo da doença.
Objetivo: Analisar as diferenças na expressão clínica de pacientes com EA e SpA axial não radiográfica de acordo com o sexo. Material e métodos: Estudo transversal com 140 prontuários de pacientes com EA e SpA axial não radiográfica, diagnosticados segundo os critérios de Nova York modificados e critérios de classificação do grupo ASAS para SpA axial, respectivamente, 70 de cada sexo. Usou-se o software SPSS 20.0 para análise descritiva e analítica e o teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância estatística p < 0,05.
Resultados: A idade média ao diagnóstico foi menor nos homens (36,8 anos). A positividade do HLA-B27 foi maior no sexo masculino (85,7%; p = 0,067). A presença de entesite trocantérica(cabeça do fêmur) foi maior no sexo feminino (21,4%; p = 0,002). Sintomas como fadiga (15,7%; p = 0,024), fibromialgia (20%; p = 0,000), cefaleia crônica (10%; p = 0,029) e insônia (12,9%; p = 0,070) foram mais prevalentes nas mulheres. O uso de anti-TNF foi mais frequente nos homens (90%; p = 0,040) e houve maior associação desse sexo com o uso de infliximabe (50,8%; p = 0,035).
Conclusão: Existem diferenças significativas na expressão clínica das SpA axiais de acordo com o sexo, sugerem a importância do reconhecimento dessa condição de forma individualizada. Mulheres têm menor positividade do HLA-B27, mais entesite fêmur com quadril e maior associação com condições somatofuncionais, o que poderia interferir no diagnóstico correto e na abordagem terapêutica dessas pacientes.
Fonte: RBR 08/2016 Volume 56 Suplemento 2 (Revista Brasileira de Reumatologia)
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